sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mudando o futuro: o caminho é a educaçao





Ensina-me a mudar



Prosperidade! Que fartura de boas intenções. O sítio da família Oliveira fica no estado do Rio. O professor de matemática Benedito Sérgio Oliveira, o Bené, descreve como é ver os pais na propriedade que ele comprou com esforço próprio: "Fico orgulhoso. Isso me leva a ter força para viver mais ainda, a gostar mais da vida".
Que satisfação! Pai, mãe, irmãos, sobrinhos, netos e a primeira bisneta. O trabalho persistente rendeu muitos frutos nessa família nascida na roça. Carmem é professora de português e psicopedagoga. Magnólia é professora, pedagoga e psicopedagoga. Leyres é professora de matemática. William é professor de educação física. Gabriela é professora de educação infantil. Fernando, futuramente, vai ser professor de física. E Isabela, futuramente, vai ser professora de português.
"Eu não pude estudar, mas queria que eles estudassem. Era meu sonho", conta a aposentada Maria Antônia Oliveira.
"De caipiras, só ficamos eu mais a 'velha'. Ela levantava de madrugada para pegar uma mulinha e ir até a escola", lembra o aposentado João Oliveira.
"Era escuro e havia muita cobra cascavel. Eu tinha medo que ele fosse sozinho. Então, eu ia junto. Eu achava que se estivesse ao lado dele nada aconteceria", diz dona Maria Antônia.
Aconteceu o melhor: o menino Benedito virou o professor Bené. "Fui criado no interior, sem conforto. A única maneira que eu via de mudar esse quadro era através dos estudos. Trabalhei na roça, engraxei sapato. Pobre e humilde, você é tratado de maneira diferente. Eu criei dentro de mim forças que me levassem a estudar e mudar aquele quadro, que era muito desfavorável", conta.
"Eu sabia que estudar era importante. Trabalhar é só o que sei fazer", diz seu João, de 81 anos. Acha pouco, seu João?
"Gosto de ver minha família reunida, com todos formados. Acho muito bonito. O mais velho é o exemplo", diz dona Maria Antônia.
"A vida é uma conta de somar, acima de tudo", define Bené.
Outra família também reconhece na união a sua força. Todos os dias, a hora do almoço é sagrada para seu Beltrão, dona Zezé e os seis filhos. É o momento em que todos se reúnem – e não é só para fazer a refeição.
"Meu salário daria para manter a mim e a minha mulher. Se eu precisar de alguma coisa, eles têm de onde tirar para dar", diz o carteiro aposentado José Beltrão.
Pois é. A família inteira trabalha em um mesmo projeto: um curso pré-vestibular.
"Adoro trabalhar", afirma a aposentada Maria José Beltrão, a dona Zezé.
"Trabalhamos muito, de domingo a domingo", conta o professor de medicina e biologia Fernando Beltrão.
Dona Zezé está esbanjando vivacidade. Ela e o marido, seu Beltrão, arregaçam as mangas todos os dias. Receita de doutor Fernando, o filho médico e mestre.
"Somos uma família de Catende, uma cidadezinha na Zona da Mata de Pernambuco. Meu pai foi carteiro e minha mãe professora primária do estado. Todos os seis irmãos foram criados juntos. Eu vendi picolé, trabalhei entregando malote, trabalhei como datilógrafo. Depois vim para Recife estudar", conta doutor Fernando.
Hoje, o menino pobre e tímido é professor da Universidade Estadual de Pernambuco (UPE). Forma novos médicos. Doutor Fernando gosta de se lembrar dos velhos tempos. É uma injeção de ânimo. "É um grande prazer, uma alegria reencontrar dona Luizinha e tantos que me deram a mão. Ela foi, dentro da faculdade, uma segunda mãe. Uma das coisas fundamentais da vida é comer. Eu e alguns colegas de turma vínhamos aqui. Havia outros, mas ela nunca deixou transparecer. Ela dizia: 'Olha, Fernandinho, tem aqui esse sanduíche que a pessoa não quis'. Então, eu u comia. Resultado: comi de graça o resto do curso na cantina de dona Luizinha. Devo muito a esse lugar. Ela me alimentou quando eu precisava muito", diz.
"O que damos recebemos em dobro. Neste momento, estou recebendo uma homenagem de uma pessoa tão maravilhosa como ele. É bem merecido o cargo de professor", comenta doa Luizinha.
"Eles estudaram com um sacrifício terrível no pior colégio. Fizeram cursinho, estudaram e hoje estão todos independentes, graças a Deus", comemora dona Zezé.
Independentes, porém, unidos. Para superar a pobreza e saborear a vitória. Pai, mãe e filhos trabalham juntos preparando jovens para a universidade. A cada ano, o professor Fernando dá cem bolsas de estudos para estudantes de escolas públicas que jamais poderiam pagar por um cursinho.
"O objetivo é propiciar uma vida digna, propiciar sonhos. Tem tanta gente que deseja, que sonha ser alguém na vida. Muitas pessoas carentes não são carentes do dinheiro, mas carentes de norte, de sonhos. Elas precisam acreditar que o mundo não é dos espertos. O mundo é dos dedicados. Eu fico imaginando quantas pessoas neste país estão fazendo alguma coisa caladinhas. Se eu puder fazer, eu quero. Acho que o que fazemos hoje é pouco diante do que podemos. Temos tentado vencer esses desafios", finaliza doutor Fernando.






Acredito que o caminho da mudança, as chances de melhorar de vida vem da educaçao, e como ja foi dito antes, a chave do sucesso depende da nossa dedicaçao!!!


By Jana

E vejo flores em voce